terça-feira, 14 de setembro de 2010

Primeiro dia da Expedição Contestado - Bocejo do Astro rei

Olá, companheiros de viagem.

          Gente do céu, só agora consegui sentar para escrever sobre o primeiro dia da Expedição Contestado. Meu senso de respopnsabilidade me fez abrir os olhos exatamente às seis horas da manhã. Se quiseres, pode chamar esse senso de despertador do celular. O fato é que às sete horas e seis minutos acelerei na garagem. Contestado, aí vou eu. Graças a Deus não chovia em Floripa. Peguei a via expressa e dei de cara com um céu carrancudo para os lados de Joinvile e Blumenau. Será que vai chover?, pensei. Quando cheguei na 101 e virei rumo ao sul do Estado, tempo firme. Em Santo Amaro da Imperatriz, já na BR-282, encontrei  nuvens preguiçosas que ficaram para trás. Apenas embelezavam o pé da montanha. Tudo bem que não chovia, mas também nada de sol.


Alto da Boa Vista - Serra Geral

          Passando Águas Mornas cavalguei firme para conseguir subir a serra geral. Enquanto o motor da moto estrebuchava, eu me apercebia do porque que a serra serviu de divisor natural entre o litoral e o oeste de Santa Catarina. Quando cheguei ao alto da boa vista dei uma parada para fazer uma foto. Em pouco mais de uma hora venci o acidente geográfico que tanto dificultou a colonização de Serra acima. O litoral ficara. Durante todo o trajeto fui seguido por rostos risonhos. Falsos, mas risonhos. Candidato fulano, candidata siclana e até quem não era candidato sorria. Pelo menos fizeram-me companhia. Já passava das nove horas quando cheguei em Alfredo Wagner. Senti um bocejo do astro rei nas minhas costas. Dei uma olhadela para trás mas ela já se escondera em um edredon de nuvens.


Primeira placa sobre o Contestado - 300 km distante de
 Florianópolis - Município de Curitibanos - BR 470

          Às 10h10 parei em Lages. Hora de alimentar meu alazão. Tanque cheio, pé na estrada. Parada rápida para o pedágio de Correia Pinto. Saudações da BR-116. Que feio, Auto Pista, só uma cabine funcionando! Mais alguns quilômetros e cheguei na BR-470. Entei nela e rumei para Curitibanos. Dez quilômetros antes da cidade encontrei, pasme, a primeira placa sinalizando que o Contestado existe. Mas não simbolizava nada que ao menos lembrasse o conflito fraticida do início do século passado. Referia-se a um Contestado de águas termais, arquitetura histórica e festas típicas. Meio dia e um pouquinho - hora do Gile encher a pança. Lebon Régis veio a calhar. Mais 38 quilômetros pela frente e cheguei em Caçador. Foi aqui que as tropas do governo estabeleceram um QG, no tempo da guerra. As tropas vinham de trem e desembarcavam na antiga estação Rio Caçador. Aqui estabelecerei o meu QG. Faltava quinze para as três da tarde quando estacionei no seminário diocesano de Caçador. Fui recebido pelo padre João Casara, reitor do seminário.


Portal turístico de Caçador - Alusivo ao Contestado

          Troquei de roupa e fui fazer duas entrevistas. A primeira foi com o professor, com doutorado em história do Contestado, José Delmir Valentini. E o bate papo foi no Museu Histórico e Antropológico da Região do Contestado. De lá fui para a casa do professor e escritor Nilson Thomé. Aí foi uma aula de Contestado. Já passava das 22h quando avisei para ele que tinha que ir embora. "Acho que serei expulso do seminário hoje mesmo, Nilson", brinquei. Passei em uma lanchonete e forrei o estômago. Quando cheguei ao seminário o padre Gilberto Tomazi estava chegando também. Conversamos e falei da minha brincadeira com o Nílson. Ele riu. "As portas do seminário continuarão abertas para você", assegurou o sacerdote. Hora de dormir. Às 6h tem o despertar. No segundo dia da Expedição Contestado irei ao Iraní. Até.


Réplica da antiga estação - Museu do Contestado


Um comentário:

  1. Olha o prédio em que morávamos à esquerda, lá no fundinho! Saudades, Caçador!

    Abração

    Aline

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